sábado, 18 de março de 2023

#tododia 1: Estar perto dos pais

A vontade de escrever algo me cobra que a mensagem seja repassada. Hoje me desafiou a compartilhar algo curto, objetivo, precioso e diário. Entao vamos lá!

O tema seria amor se uma das dimensões do amor não se colocasse como assunto do dia. E afunilando mais ainda, chegamos à gratidão de quem nos deu a oportunidade de viver. Nossos pais. 

Alguns de nós, privilegiados com a presença física, seguem privilegiados por poder vivê-la a altura. Outros, com pais nos planos espirituais, se recriam para cultivar o amor (ou a dor) numa relação sutil. Por fim, existem aqueles que nem sabem quem são seus pais e que precisam de muita fé, perdão e respeito ao valor mais ímpar da vida para aprender a agradecer pelo simples (e grandioso fato) deles terem dado essa vida de presente.

Sou privilegiada. Entendo que preciso estar perto e dar suporte aos meus. É um equilíbrio delicado onde esse suporte se adapta numa rotina saudável para todos. Excesso, até de carinho, faz mal. Então estou entendendo esse movimento. De abrir mão de algumas coisas em prol de outras. De não considerar algumas oportunidades de sair por longos períodos do país, para ficar aqui. De simplesmente ficar neste lugar que sinto ser a casa que me diz respeito. Sim, abrimos mão de muitas coisas, algumas impactando na “imaculada” carreira e na “sagrada” vida financeira. 

Desapego às máscaras. Aos papéis que não nos dizem respeito. Uma conversa sincera conosco para entender se faz sentido retribuir. E, se sim, como. Depois, é vida que segue. É deixar que as dinâmicas se acomodem às nossas prioridades. E elas se acomodam.

A paz de espírito é uma fortaleza para se readaptar com sabedoria. Se pautar pela gratidão e se permitir devolver é um aprendizado que nenhum livro, universidade nem diploma te darão. A gente decide, reclama, lamenta, aprende, desacelera e depois se acomoda. Se este acomodar também te acolhe, aceite o abraço. 

Entao eis o tema. Eu escolhi estar perto dos meus pais. Minhas amigas escolheram se mudar para estarem perto das tias idosas em outra cidade. Nas minhas andanças, encontro pessoas que também optaram por retribuir com carinho e ternura o que pais, avós e - no geral - os mais velhos fizeram por nós. 

Uma escolha para chamar de nossa que muda tudo. Que inaugura uma nova temporada dessa vida onde temos a oportunidade de viver o presente do futuro. Fazer acontecer agora o afeto que desejamos ter quando a tao aclamada independência “mundana” finalmente se revelar uma farsa que sempre foi. Afinal, sempre fomos dependentes. E não há nada de errado nisso.