terça-feira, 10 de outubro de 2023

Bola pra Frente!

 


"Ana, o que te anima e o que te desanima no mundo esportivo?" Essa foi uma de muitas perguntas interessantes que me fizeram durante a visita ao Bola pra Frente. Sonho realizado pelo campeão mundial Jorginho que é eficientemente gerenciado por sua filha Vanessa e competente time. Aliás, visita que ficará guardada na memória pela troca, aprendizado mas, principalmente, por experimentar a realidade do poder que o esporte tem para transformar positivamente vidas. 

Afinal, são cerca de 400 jovens diretamente impactados pelo "Bola" por mês. Se você pensa que em torno desses jovens, giram pelo menos 3 pessoas e que o Instituto já existe desde 2000, faz a conta dos indiretamente impactados? 

Tudo isso para dizer que a realização de um sonho que tem o esporte como aliado é gigante. Que contas são figurativas e não tem calculadora para medir tantos benefícios intangíveis que a rotina esportiva traz para nossas vidas individuais e coletivas.

Mas sigamos...

O que me anima e o que e o que me desanima no mundo esportivo? Na hora disse que o desânimo vem da má gestão daqueles que usam o esporte somente para benefício próprio e o ânimo de histórias poderosas de atletas e de tantos positivamente impactados pelo esporte. Mas, depois, pensando bem, o que me anima e o que me desanima é a mesma coisa. É a gestão da poderosa emoção que o esporte planta na gente. Seja pro bem: quando nos colocamos a serviço dele para fortalecermos este círculo virtuoso, seja para o mal, quando transformamos a virtude no vício da ganância e do egocentrismo. 

Fico com a virtude. 

Virtude de quem (como Jorginho, Vanessa e seu time) sonha, realiza e deixa legados. Com a poderosa lembrança de ontem. Das paredes erguidas para acolher salas onde trocas preciosas são promovidas. Dos muros coloridos que contam a história do Complexo do Muquiço localizado no bairro carioca de Guadalupe onde o campeão nasceu e foi criado. Do gramado impecável. Das chuteiras compartilhadas que servem a tantos e multiplicam a doação da Nike por um fator que não saberia dizer qual. Da alegria e talento dos meninos e meninas jogando bola juntos. Dos sorrisos. Do cultivo daquilo que tem de melhor em “ser humano” que é dar continuidade à vitória coletiva de viver em paz e feliz.

Paz e felicidade.

Que nos presenteiam com revigorantes noites de sono para acordarmos acreditando ainda mais de que vale a pena sonhar para realizar. De que Deus nos deu talento e todas as condições para isso. Da certeza de que somos muitos, milhoes, bilhoes, infinitos querendo e fazendo pela paz. De que um dia cercaremos de luz e abraçaremos essas guerras covardes e perversas até que elas desistam de ser. Uma revolução sem armas, com alegria, diversão onde todos falamos a mesma língua universal do esporte.

Sim!

Afinal, isso já está acontecendo quando mulheres entram em campo e inspiram toda uma sociedade para ser mais justa não só com as mulheres mas também com o feminino.

Realmente surpreendente!

O que seria uma tarde para rica troca entre pessoas entusiasmadas por conhecer a Alemanha se tornou gigante em mim. Extrapolou expectativas quando mostrou com todas as letras, cores, cheiros, visões e arrepios que a minha jornada com o esporte só está começando. E que o propósito é muito (mas muito!!!!) maior do que cargos, salários, pódios corporativos e viagens internacionais. Aliás, é o oposto disso: simples, com ganhos intangíveis, viagens para dentro de si e de encontro com o que há de melhor no outro e - o mais importante - sem a vertigem de pódios. Afinal, queiramos ou não, estamos TODOS no mesmo plano e caixão não tem gavetas.

Termino com toda a gratidão pelo convite da Vanessa, pela recepção impecável do time Bola pra Frente, pela companhia mais especial do mundo que é a da minha mãe e pelo novo ânimo que ganhei de presente.

Amém.