domingo, 9 de abril de 2023

Finalíssima de Mulheres: a vitória é coletiva

 A vitória é coletiva. Mesmo disfarçada de egoísta, egotriptica, individualista. Num momento esotérico em minha vida tive a oportunidade de ser acordada por uma voz que me chamava atenção da grandiosidade de tudo que me cercava. A voz dizia: "É muito maior do que você imagina!". Estava cercada de seres iluminados vestidos de branco. Então é isso. Mesmo nos momentos mais solitários e íntimos não estamos a sós. Ao contrário, representamos uma legião. 

A vitória é coletiva, a sabedoria é construída por milhões de mãos pelos infinitos do tempo e do espaço. A verdade é, nunca foi e jamais será. Multidimensional no presente do agora. Significando o que cada um precisa. Somos todos livres apesar das amarras. Nossa fé nos liberta apesar de tentarem nos convencer do contrário com dogmas rasteiros. Somos ingênuos ao acreditar que podemos dominar uma formiga que seja. 

Reconhecer o poder do coletivo o tempo todo é necessário e urgente. Espetáculos que despertam esse saber em massa são benditos. A final Finalíssima entre Inglaterra x Brasil é um exemplo. Um verdadeiro jogo de ganha-ganha onde não se via quase expressão de perdedores. Uma festa alegre de superações. Nosso time se reinventou e brilhou em campo. Mostrou que os favoritismos são discursos sem poder diante das brilhantes ferramentas que a realidade dispõe. As inglesas protagonizaram uma bela festa proporcionada pelos inventores do futebol. Um povo que criou, limitou, proibiu e permite um retorno pleno e autêntico. O público aplaudiu os dois lados. O craque homem que age pelos valores do coletivo e - por que não? - do feminino foi lá prestigiar. Vibrar por ver seu esporte se expandindo à altura do potencial que tem.

Claro que os egos estavam presentes. Mas protagonizaram coletivamente. Em comparação ao êxtase do todo, as partes eram desinteressantes demais. E assim seguimos. Melhores do que antes. Olhando pra trás e entendendo comportamentos que hoje não repetiremos. Olhando pra frente na fissura de testar novas posturas. Olhando para si como instrumento que deseja ser parte desse coletivo que cuida da vida e a faz valer muito à pena.

Finalizo agradecendo a tudo e todos que me inspiraram nesse mergulho virtuoso em sentimentos bons. Um verdadeiro abraço de vários braços, um verdadeiro afago de milhoes de maos. Das sábias mãos que passaram o bastão da esperança de um mundo melhor de geração em geração. Que honra me permitir fazer parte desse círculo virtuoso.