quarta-feira, 17 de maio de 2023

... então eu vou adiante

Orgulho das cicatrizes.

Dos dias de luta. 

Cascuda sim.

Mesmo nos dias de glória.

Livre. Livre. Livre.

Liberdade, antes tarde do que nunca.

E quando sim, sempre.


Da janela aberta olhando pro além.

Vento na cara. Choro. Sorriso. Fone no ouvido.

No onibus, claro!

Climatizado não me diz respeito.

Gosto do suor. Do gelo. Do natural.

Cavaca com café com leite no balcão da padaria.

O prato feito de cada dia e sem paciência para 200 versões microscópicas de excelências.


Massivo, farto, sem preço que o dinheiro consegue pagar.

No meio da galera.

Dos explorados. Nunca do explorador.


Ando sem medo da rua.

Meu guia me protege. 

Meu Santo é forte.

Um dos meus orixás é a Rainha do Mar.


E se me ameaça, olho no olho.

Sem dente por dente.

E quando vejo, sai luz dos olhos do inimigo.


Vento que segue batendo no rosto.

Amém. Agradeço a vida.

Minha e dos que amo.

E no final das contas tenho colo pra descansar.

Gracas a Deus.


Antes do sol nascer tô na ativa.

Desenhando no espelho d'água que reflete o infinito do meu Rio na Lagoa.

Amo, amo, amo tanto que nem sei mais o que.


Se é o sentimento, a pessoa, o lugar, o presente de cada segundo ou tudo isso junto e misturado.

Plena. Tento. Insisto. Às vezes consigo.

Como agora. Era hora de dormir, mas acordei. Dei loop num som.


Pra investigar a alegria que surgiu do nada.


Do nada?


Jamais.

Na verdade, surgiu do tudo.


Morada dos meus sonhos.

Que és.

Há tantos anos.

Minha essência é de fundista.

Insisto. Resisto. E, acredite, realizo.


Hey Charlie. Salve Chorao. Escutei esse som agora. Tanta lembrança boa. Quanta paz. Que você esteja nessa paz. Valeu pela inspiração, brow.